A participação cada vez maior dos leigos como emissores na mídia digital, revela um crescente fenômeno de enfrentamento entre mídia formal e mídia colaborativa. Antes da ascensão da web colaborativa, isto é, a mídia independente (rádios comunitárias ou rádios-pirata, jornais de baixa circulação e fanzines), apesar de vista com alguma precaução, não representava de fato uma ameaça aos interesses da grande mídia (rádios e emissoras de televisão, revistas e jornais, governos e corporações).
Na atualidade qualquer publicação de conteúdo com alcance global, por ser deveras onerosa, pode ter chances bem diminutas. Neste contexto, a mídia independente cresce através de veículos comunicativos como as listas de discussão, os boletins por correio eletrônico, as redes sociais, os podcasts de áudio e vídeo, os blogs, os fotologs e os sites de conteúdo. Ademais, as informações podem ser mais impactantes e até contradizer o que é veiculado pela mídia tradicional.Um dos sinais recentes foi a campanha do jornal Estado de São Paulo. Apelando para o humor, o Estadão tentava se posicionar como fonte confiável em relação a blogueiros, caracterizados como “sem noção”.Temos uma enxurrada de informações publicadas de forma independente (ou jornalismo cidadão, como alguns preferem chamar) e discutida (em listas de discussões, comunidades no Orkut ou comentários nos sites e blogs). Já temos, na cotidianidade, diversos portais de notícias feitos por pessoas comuns e que participam diretamente dos fatos, como o WikiNews e o CMI, o que gera uma informação independente, confiável, precisa, abrangente e relevante. Também não é difícil encontrar conhecidos portais na web que, aproveitando a onda, criaram sua própria área de “Leitor-Repórter”, o que não deixa de ser um aproveitamento comercial do material gerado por leitores.
Com a democratização cada vez maior da web colaborativa, a mídia independente tende a crescer e a população deverá ter mais voz ativa, senso crítico e opinião própria. Devemos ser bem cautelosos e ter um senso crítico apurado em relação àqueles que detém o poder e tentam, de alguma forma, “enquadrar” essa nova forma de liberdade de expressão.
Convém, manter-se atento sobre a veracidade dos fatos. As informações publicadas nas esferas independentes da web, como blogs e redes sociais, pela facilidade do anonimato, podem sofrer a interferência de empresas e políticos. Nada garante, por exemplo, que indicações no Digg, comunidades no Orkut ou vídeos publicados no YouTube, de forma independente, sofram a manipulação de governos e corporações com interesses próprios, trabalhando para induzir a opinião pública de forma Viral.
Um comentário:
Boa reflexão. :)
Postar um comentário